segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"A manhã se levanta num pulo.

E eu com ela. Fico de pé do lado da cama, esperando você voltar. Esperando você virar de lado, se espreguiçar e me chamar de volta pra cama, reclamando que o dia só é dia dali a duas, três horas, e não menos que isso... Mas também adoro quando você some. Quando você não está na cama, a vida acorda tranquila em sua própria agilidade. E sua própria agilidade é tão monótona que nem se compara com a nossa preguiça.

A manhã se levanta num pulo. Com pressa de acontecer o que sabe que ainda não passou, em inimizade a perfeição. Sabe que adiantar a vida não adianta, na verdade, de nada. Mas o que eu quero do dia é o que ele não pode me dar. O que eu quero do dia é o que ele não pôde me dar.
Essa tranquilidade besta agora me tira dos nervos.

A tarde se arrasta.

A noite eu me enrolo, sentindo o seu cheiro no cobertor que já mandei lavar umas 3 vezes desde a última vez. Mas memória é foda de lavar."