quinta-feira, 7 de junho de 2012

Conforto



Tinha medo de admitir para si o que se passava em seus pensamentos... Era o receio de fazer uma escolha e, no processo, perder algo importante. Alguma parte reconfortante de sua vida. A covardia lhe era mais do que familiar, era parte dela. Estava errada, não era novidade. No entanto, por um breve momento, lhe parecia estranho, quando tudo o que fazia era não ser correta com ninguém, nem com ela mesma.

Ansiava por conforto, mas não do tipo confortável. Queria braços abrigando-a carinhosamente, beijos que a acalentassem e palavras sussurradas no ouvido. Às vezes queria tanta coisa que até se perdia... E desistia.

Dizia a si mesma que seus sonhos não valiam de nada. Dizia e repetia, tentando se convencer e resignar-se dos próprios medos.

Fingia para si mesma que o que inventava seria suficiente, que algumas poucas falas mansas lhe seriam aprazíveis o bastante e que não necessitava de outras pessoas. Magoar-se, afinal, era costume. Sua consciência não doía por se machucar. Aliás, muito pelo contrário, ela pedia por isso, procurando redimir-se de erros não cometidos.

Desejava alguém que lhe dissesse que tudo bem ser daquele jeito... Que um dia se cresce... Que um dia as coisas passam... E, quem sabe, até melhoram...

Ansiava por conforto, mas não do tipo confortável.

domingo, 3 de junho de 2012

É sobre o seu abraço

É sobre o seu abraço e todas as coisas que cabem nele. Todo o tempo que eu poderia ganhar estando entre seus braços e seu peito, sempre tão quente. É sobre a saudade que me dá sempre que penso em como é bom ter você por perto, mas não posso te ter. É sobre a vontade de te ligar, de te chamar pra perto, de simplesmente falar o quanto eu gosto de você. É sobre você, na verdade. Sobre estar com você, sobre seu sorriso. É sobre esse vazio que quase dói porque você não está perto. É sobre dormir sozinho.

É sobre isso que eu vivo.