sábado, 2 de julho de 2011

" (...) Ele era apenas (mais) uma pequena parte

Não iria estragar a tentativa de um todo por uma coisa tão desgastada quanto sua própria vida. Não. “A causa era muito maior”, repetiu para si mesmo enquanto via os homens retornarem, sádicos. Remexeu-se na cadeira. Já perdera noção do tempo que estava ali, das coisas que lhe haviam sido feitas.

Quero morrer do meu próprio veneno

Quero perder de vez tua cabeça!

Minha cabeça perder teu juízo.

Me embriagar até que alguém me esqueça

Enterrara-se no ‘confortável’ de seu subconsciente, esperando que pudesse reencontrar seus pais, seu irmão e a praia da qual tanto sentia falta.

Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo

De que adianta ter boa vontade?

Era covarde, sabia. Devia lutar, continuar vivo e lutar. Mas não conseguia. Tão novo, e já não tinha força. Faltava-lhe essa, dentre várias outras coisas.

Talvez o mundo não seja pequeno

(Cale-se!)

Nem seja a vida um fato consumado

(Cale-se!)

(Em itálico, trechos da música Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil)

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